quarta-feira, abril 10, 2024

Bom dia desde o Sumbe

 

Bom dia desde o Sumbe.

Voltamos depois de um período de celebração da Páscoa muito intenso e muito participado por inúmeros cristãos.

 

Foi um período de intenso com a celebração do tríduo pascal na quinta, sexta e sábado, vivido com muita fé e num ambiente de recolha interior, este período de reflexão sobre a paixão e morte de Cristo na cruz. Os presentes chegaram de todos os centros desde os mais próximos aos mais longínquos, com longas horas de viagem, kibuto à cabeça, filhos às costas e muito caminho a percorrer com a chuva intensa em vários momentos. Para dificultar essa chuva que havia caído nos últimos dias continuou a cair durante o fim de semana.  As pessoas foram chegando e acomodando pela Missão. As cerimónias do tríduo pascal tiveram início na quinta-feira com a celebração da Eucaristia.    

A igreja da Donga tornou-se pequena para tantos fiéis. Assim, com muita fé, viveu-se esta celebração que apelava a todos a uma reconciliação connosco mesmo, à interiorização e reflexão sobre os passos da vida de cada um, na nossa relação com a igreja cristã, nos seus princípios e no testemunho de cada um na sua vida. A paixão é morte de Cristo na cruz deveria ser, pois, aproveitada como um momento de recolhimento interior de cada um, levados pelo exemplo extremo de Cristo que se submeteu a tudo, inclusivamente à morte no calvário para nos salvar.

A sexta-feira à tarde foi momento alto com a representação cénica da via-sacra pelos jovens a caminho do Calvário, com a crucificação e morte de Jesus

 À noite, foi em clima de grande reflexão, que se viveu a celebração e distribuição da comunhão por todos os presentes, que ultrapassaram um milhar.   O sábado foi de preparação por parte de todos os que iriam ser batizados, por todos os que iriam casar, pelo grupo de jovens que se explanaram por toda a tarde com variados jogos sempre com uma mensagem bem vincada de união, de amizade, de valores tradicionais da família cristã. Houve ainda encontro dos penitentes, no reencontro com a fé cristã depois de alguns passos perdidos. A noite caiu, a chuva intensa também, no entanto não impediu a realização da vigília pascal no exterior, pois de outro modo não haveria possibilidade de todos participarem. Foi um momento de preparação para o que haveria de acontecer no domingo de Páscoa com a presença de todos os que iriam passar a viver novas vidas dentro da fé cristã.

O domingo foi o momento solene da celebração da ressurreição de Cristo e da sua vitória sobre a morte, sem a qual não poderíamos ser objeto de salvação. A celebração da missa pascal, foi muito vivida e vivenciada com a presença muito sentida de toda a multidão presente e também muito enriquecida pelo grupo coral com as tradicionais músicas e danças religiosas. Momento alto desta celebração foi como atrás referido, a celebração de 9 casamentos e 14 batizados, com a presença de testemunhas e padrinhos, que assim conferiram com as suas presenças valor e tradição a todas as uniões e a todos os que integraram a partir deste momento do batismo a família cristã. A tarde de domingo iniciou-se com o regresso de todos às suas casas fortalecidos com a boa nova da ressurreição de Cristo ressuscitado.

 Américo Oliveira






quarta-feira, dezembro 20, 2023

Juventude do Gungo esteve presente

 


No dia 24 Novembro, com a mana Sílvia ao volante do Cavalinho Branco, rumámos até Porto Amboim com 11 jovens do Gungo, para participar no Encontro Diocesano de Jovens. Chegámos perto das 18 horas, depois de pouco mais de uma hora de viagem ao som das vozes do Gungo, e fomos acolhidos em ambiente de festa e alegria.

O encontro contou com a participação de mais de 700 jovens da Diocese do Sumbe e, ao longo de 3 dias, decorreram várias actividades, desde momentos de oração a palestras variadas, com tempo para declamação de poemas, teatro e muita música.

O Inácio Francisco, jovem do centro da Tuma, partilha o que sentiu: “a formação alimentou-nos mais, para todo o tempo da nossa vida”; e que aprendeu muita coisa sobre “como se deve trabalhar na juventude, como se deve trabalhar na liturgia, como se anima todos”. Com voz esperançosa, fala da vontade de participar no próximo encontro, desta vez com mais jovens do Gungo, reconhecendo que a sua participação foi uma mais-valia.

Para alguns dos jovens camungungos, foi a primeira vez que participaram num encontro da juventude e que visitaram Porto Amboim. “Gostei de conhecer pela primeira vez Porto Amboim e gostei de conhecer o Sr Bispo, não o conhecia”, partilha o Vitorino Huambo, jovem do centro do Chitonde, que participou “com algum receio” pela primeira vez.

Sobre os temas abordados durante o encontro, o José Dever, do centro da Tuma, afirma que gostou de falar sobre liderança e «promoção da autonomia financeira», tendo-o motivado muito. É importante saber qual o negócio certo, “para que (no futuro) consiga assumir a minha família e ajudar a comunidade”.

O Justo Quessongo, responsável da pastoral juvenil do Gungo, afirma que já conhecia todos os jovens que participaram no encontro, mas que teve oportunidade de conhecer melhor cada um deles e que os vários momentos de convívio foram importantes, destacando a visita ao santuário de Santo António, que não conhecia e que para ele foi “o melhor momento do encontro”.

Sobre vivência espiritual do encontro, o Domingos Pedro, um jovem camungungo que vive no Sumbe há uns anos, revela: “a minha relação com Deus ficou mais próxima, muito próxima”.

O encontro terminou em ambiente de festa, no dia 26 de Novembro, dia de Cristo Rei e dia Mundial da Juventude. Do programa destaca-se a celebração da missa dominical, presidida por D. Firmino David, bispo do Sumbe.

Depois do almoço foi tempo de arrumar as coisas para regressar ao Sumbe, mas, antes, fizemos uma paragem pela praia, para um mergulho e avaliação do encontro com os jovens do Gungo.

O encontro foi uma oportunidade de troca de experiências entre jovens e com os responsáveis dos vários grupos. Para mim, que sou recém chegada, foi também importante para conhecer melhor os jovens do Gungo, criando uma relação de maior proximidade com cada um
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Mana Ana Lúcia

quarta-feira, agosto 23, 2023

A inauguração da capela do Uquende está para breve

É uma grande alegria darmos esta notícia. Uma obra nascida pela vontade do povo e com a ajuda de muitos voluntários que ´já passaram pelo Gungo e também com o trabalho do povo a inauguração da capela está quase aí. Todos somos convidados a associarnos e este evento mesmo que à distância.

Estamos Juntos 



sexta-feira, setembro 02, 2022

Dias de comemoração no Gungo

 





A missão de S. José do Gungo viveu um fim-de-semana festivo com a missa de acção de graças da irmã Teresa Candumbo e o encerramento da formação bíblica dos catequistas. 


Esta formação, que aconteceu na sexta-feira, dia 19 de agosto e continuou no sábado, dia 20, teve como principal objectivo a formação bíblica, tendo culminado com a eucaristia de domingo, durante a qual  foram entregues as bíblias oferecidas pela UASP (União das Associações dos antigos alunos dos Seminários de Portugal).



Outro dos momentos altos do fim de semana no Gungo foi a celebração de acção de graças pelos votos da irmã Teresa Eduardo Candumbo.
A irmã Teresa é natural da área do Chitonde, fez a sua escolaridade básica no Gungo e, depois, ingressou na Congregação das Irmãs Escravas da Santissima Eucaristia e da mãe de Deus. Aí pôde compreender a sua vocação e formar-se para assumir votos temporários que serão renovados anualmente e passarão a perpétuos daqui a 5 anos. 

Os votos decorreram no Lubango no dia 16 de julho e, juntamente com a irmã Teresa, professaram mais quatro irmãs e duas da mesma congregação celebraram 25 anos de consagração. Foi uma festa emotiva em que uma delegação de 10 pessoas do Gungo pode participar.

Estiveram ainda presentes na celebração de acção de graças pelos votos da irmã Teresa, seis irmãs escravas da santíssima eucaristia vindas de Luanda, que além de participarem na comemoração, também aproveitaram para conhecer o Gungo e o projecto missionário.


Foi ainda altura de acolher dois missionários, que voltaram ao Gungo para visitarem os vários centros, estarem com a comunidade e recolherem conteúdo para um projecto que estão a desenvolver e que a seu tempo aqui partilharemos. O Filipe Silva, que esteve connsoco em 2016 e a Cristina Mão-de-ferro que há cerca de 2 meses esteve em missão no Gungo, fizeram assim parte de um fim de semana de festa e comemoração.



A Equipa Missionária,
Pe David Nogueira Ferreira




sexta-feira, julho 22, 2022

Os “Manda Chuva da Donga” subiram ao Gungo

 





            A subida da equipa missionária foi na madrugada do dia 02 de Julho. Esse dia foi de Conselho Permanente para poder programar os próximos tempos.

            Após uma semana de trabalhos práticos e consultas, na sexta-feira, dia 08, chegaram ao Gungo alguns amigos vindos de Luanda e Benguela que, desde Outubro de 2020, se têm juntado uns aos outros. Por terem trazido a chuva das primeiras vezes que vieram ao Gungo mereceram este nome de “Os Manda Chuva da Donga”.

            A vinda de uma equipa de topografia ao Gungo, a propósito do projecto das novas construções na Missão, foi o mote para que o grupo se organizasse e fizessem uma verdadeira romaria solidária, até às nossas comunidades. Ao todo vieram 15 carros preparados para subir a picada e com autonomia de dormida e alimentação. A alguns repetentes juntaram-se alguns estreantes nas vindas ao Gungo com o desejo de conhecerem aquilo que os outros foram contando.


            Como são um grupo aberto à solidariedade, no Gungo e fora dele, juntaram a Dra Regiane que já esteve no Gungo e mais duas médicas e uma enfermeira e, em dois dias, deram cerca de 202 consultas. O Povo, sabendo que vinham médicos a sério, trouxe as queixas antigas e novas aproveitando para pôr em dia algumas situações.

            Ao virem trouxeram as duas equipas de topografia e de saúde e muitas ofertas para a missão: Uma arca frigorífica com autonomia energética com sistema próprio de energia solar, roupas para crianças e adultos que foram distribuídas à comunidade, apoio à dispensa da missão e dos seus funcionários, auxílio na manutenção dos veículos com os consumíveis, para além de outras ofertas. Sabemos que estas ofertas são fruto de muitas generosidades e não apenas daqueles que vieram.

            No sábado, alguns puderam percorrer algumas das picadas menos circuladas do Gungo e usufruir da beleza paisagística, da aventura e de se sentirem no meio do povo ao percorrer os bairros.

            Há alegria nas coisas que trazem, mas a alegria sente-se ainda maior com a sua presença, com a sensibilidade que manifestam para com o povo do Gungo ao aceitarem trepar as montanhas para virem estar connosco. O interesse que mostram ao querer saber da vida e dificuldades do povo e as soluções em que podem dar uma ajuda são motivo de regozijo.

            É sempre bom voltar a ter “Os Manda Chuva na Donga” connosco. Trazem sempre um novo fôlego, uma boa energia que nos faz acreditar que a nossa missão chega verdadeiramente aos seus corações e que, tal como nós, acreditam nas melhorias que nos propomos com todos aqueles que estão ligados a este projecto e o fazem avançar.

            Um agradecimento muito especial, à super equipa de topografia e à empresa Novitop que os disponibilizou e que se mostraram incansáveis e muito dedicados à causa permitindo assim, com o seu esforço e trabalho que prossigam os projectos da missão.

Pela Equipa Missionária

Pe David



segunda-feira, julho 04, 2022

As construções no Gungo

 Saudações a todos!

Hoje escrevemos para vos dar conta de como estão as nossas construções na Missão!

Um dos projectos mais bonitos da nossa Missão, está relacionado com a construção de edifícios em BTC – Blocos de Terra Comprimida.

Esta técnica construtiva, já em desenvolvimento noutros países do mundo, como é por exemplo o Brasil, recorre à terra local que, misturada com água e uma pequena quantidade de cimento, nos permite a produção de blocos de terra cujo impacto ambiental é praticamente zero. Isto porque, além da matéria-prima se encontrar a metros do estaleiro, não é usada qualquer energia para secagem dos blocos. Secam ao ar e apresentam bastante resistência, conforme já pudemos testar.

A produção destes blocos é também uma forma de ajudar a comunidade local, dando-lhe emprego directo e a aquisição de conhecimentos que ajudarão, com certeza, na autonomia futura desta população.

Estamos assim no bom caminho para tornarmos real o sonho de construir equipamentos (escola, posto de saúde, capela, casa de apoio aos missionários, cantina...), que ajudarão no desenvolvimento da comunidade do Gungo, criando espaços mais dignos de resposta às necessidades da população.

Neste momento, estamos perto de finalizar a Capela do Uquende, onde só faltam alguns pormenores e também a casa de apoio aos catequistas que fica na Donga, a aldeia da Missão.

A nossa equipa de projecto continua a trabalhar afincadamente no plano geral da aldeia e o próximo fim de semana vai ser muito importante: uma equipa de topógrafos de Luanda disponibilizou os seus serviços para nos ajudar com o Levantamento Topográfico, imprescindível para a continuação dos trabalhos.

Aliás, aproveitamos esta publicação para agradecer a todos os amigos da Missão que têm permitido através dos seus contributos, fundos, contactos, apoios de toda a espécie, para conseguirmos tornar estes projectos reais.





Twapandula!!

Pela Equipa Missionária

Cristina Mão-de-ferro

terça-feira, junho 14, 2022

Até já, Donga!

 

            

            Rumo à Donga, no passado dia 4 de junho, pernoitámos no Uquende, onde fomos recebidos em grande euforia, apesar da hora e de ser já noite escura. Uma alegria para quem recebe os missionários, mas principalmente uma grande emoção para quem se sente sempre tão bem recebido e acarinhado pela comunidade.

            Além do mais, desta vez tivemos a presença de um bom amigo da missão, o Vítor Moniz, mentor do Volta a África e membro do grupo “Os Manda-chuva da Donga”, que nos acompanhou na subida à Donga.

            O domingo ficou marcado pela celebração da eucaristia na capela que, apesar de pequena para todos os que quiseram marcar presença, consegue sempre ser um imenso lugar de partilha, amizade e emoção.

            Depois de almoço, rumámos à Donga, ansiosos por iniciar mais uma semana de trabalhos que foi, para mim, intensa e cheia de sentimentos contraditórios...

            Por um lado, tentar deixar o máximo de trabalho orientado, desenhar com o Padre David pormenores construtivos para se terminar a estrutura para a cobertura da futura casa de apoio aos catequistas (que está mesmo quase!), percorrer e reconhecer bem o terreno, a sua topografia e singularidades para melhor implantarmos os futuros edifícios, deixar informação para ser partilhada com a comunidade, tentar desenvolver ao máximo o projecto que ansiamos ver crescer. Tudo isto entre consultas, preparação da Pastoral da Criança e outras actividades inerentes à missão.

 

            Por outro lado, a nostalgia de uma despedida que se aproximava a cada pôr-do-sol, a sofreguidão de querer aproveitar cada segundo de colo e partilha, de cada riso e abraço e da imensa alegria que todos os dias me invadiu de manhã à noite.

            Agora é hora de voltar a casa...abraçar os meus filhos e os meus pais de quem tenho tantas saudades, reunir os amigos para partilhar as aventuras e dizer a todos o quão bonita é esta Missão, o quão lindo é o Gungo e deixar em todos a vontade de virem também deixar aqui parte do seu coração!

            Mas não têm que se preocupar com isso...porque aquilo que levamos é imensamente maior!

 

            Até já, Donga!

 

Pela Equipa Missionária

Cristina Mão-de-ferro